14 junho 2013

O termo "rapariga" pode ser agradável ou ofensivo


Certa vez, ao recém-chegarmos — eu, meus pais e meus irmãos — na capital paranaense (Curitiba), um irmão de nossa igreja, com a pretensão de nos conhecer, foi até a casa onde morávamos fazer-nos uma visita. Depois de várias horas conversando, ele disse ao meu pai: "Pastor, o senhor tem quatro filhos, né? Dois piás e duas raparigas!" No Paraná, "piá" se refere à menino, garoto. E "rapariga" à moça miúda. Na época, eu e minha irmã mais velha (Daniela) éramos adolescentes e meus dois irmãos mais novos (Zaqueu e Denise, a caçula), pré-adolescentes.

De início, é bom saber o significado do vocábulo "rapariga". Este é derivado do latim vulgar rapacica, e significa moça nova. Inclusive, é este o significado do termo em apreço no país lusitano: Portugal. Na região Sul do Brasil, as pessoas de descendência europeia — mais precisamente os luso-brasileiros — definem a palavra "rapariga" como moça bonita.


Como se pode perceber, no Sul do país, chamar uma moça de rapariga é normal; não soa como ofensa tratá-la assim. Ou seja, não há problema algum em as pessoas usarem o termo em questão por lá, haja vista possuir um bom significado como moça nova, moça bela. É até um elogio!

Já no Nordeste brasileiro — mais especificamente na Bahia —, não se pode dizer o mesmo, porque, nessa região, a expressão "rapariga" significa mulher da vida livre, meretriz, prostituta. É, portanto, uma palavra de baixo calão e um insulto chamar uma mulher, seja solteira ou casada, de rapariga. Por causa do significado obsceno que possui, aconselho que se evite usar essa expressão em lugares como a Bahia, por exemplo. 

A mesma palavra que em determinada região do Brasil tem sentido agradável, em outra região pode ser linguagem chula. Pense nisso!


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